Metallica é sinônimo de rock (bem) pesado e rápido. Mas seria reducionista classificar essa banda como "heavy metal". Porque o Metallica tornou-se um nome pop. Pelo menos é o que atestam os números.
Criado no início dos anos 1980, o quarteto norte-americano já vendeu mais de 100 milhões de cópias de discos. Teve cinco álbuns seguidos estreando no topo da parada da "Billboard". Levou para casa nove Grammy. E a atual turnê rendeu US$ 220 milhões até o final de 2009, o que a coloca entre as 20 mais lucrativas dos anos 00. Além disso, o grupo ganhou uma versão própria do popular game "Guitar Hero" e está no Rock and Roll Hall of Fame.
É com essa turnê, a World Magnetic, que já conta com 123 shows pelo mundo, que o Metallica desembarca no Brasil para apresentações em Porto Alegre, no Parque Condor, no próximo dia 28, e em São Paulo, no estádio do Morumbi, dias 30 (ingressos esgotados) e 31.
É a quarta passagem da banda pelo Brasil --a primeira foi em 1989; a última, em 1999.
"Levaremos ao Brasil a produção completa, com telões gigantes, luzes, cenário", diz à Folha o guitarrista Kirk Hammett. "Vamos tocar muita coisa nova, pelo menos quatro, cinco músicas do último disco. Algumas faixas que as pessoas esperam que toquemos, como "Enter Sandman", e outras canções antigas, mas não tão conhecidas", revela. "Nunca tocamos o mesmo set duas vezes. Mudamos de noite para noite."
Com nove discos de estúdio, lançados entre 1983 ("Kill "Em All") e 2008 ("Death Magnetic"), o Metallica saltou de banda de heavy metal para banda pop com o álbum "Metallica" (ou "álbum preto", para os fãs), de 1991. O quarteto chegava às rádios e à MTV.
"Queríamos apenas compor canções um pouco mais curtas!", afirma Hammett, ao ser questionado se a guinada pop foi algo estudado. "As canções antigas eram muito longas, progressivas, complexas. Queríamos algo mais simples. Não pensamos se seria pop ou não. O que acontece é que, naquela época, as rádios rock estavam procurando o tipo de música que estávamos fazendo."
O "álbum preto" foi produzido por Bob Rock, que antes tinha trabalhado com grupos como Bon Jovi. Para "Death Magnetic", a banda chamou Rick Rubin (Johnny Cash, The Gossip, Beastie Boys).
"Rick Rubin nos disse que seu disco favorito do Metallica era "Master of Puppets" [álbum bem pesado de 1986]. E ele queria fazer um novo "Master of Puppets". Dissemos: "OK"."
Após quase três décadas de vida, o Metallica segue como um nome forte do rock. A banda já passou por sérios problemas de relacionamento, registrados no ótimo documentário "Some Kind of Monster" (04).
"Sou orgulhoso por termos passado daquela fase. Não somos mais as pessoas que você vê naquele filme. Crescemos e hoje nos damos muito bem. É mais fácil estar nessa banda em 2010 do que era em 2001, 2002. Pessoalmente, espiritualmente, profissionalmente, musicalmente. Estamos melhores em todos os sentidos."
Maiores informações: www.showmetallica.com.br
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